Rui esteve 35 dias em coma induzido
Tudo começou dia 5 novembro de 2020, quando o meu marido fez o teste à covid-19 e testou positivo. Desde então, a sua condição piorou até que, dia 7 de novembro, deu entrada no Hospital de São João, porque não conseguia respirar. Eu e a minha filha mais nova também testámos positivo, mas não tivemos sintomas. O meu marido, desde que entrou no hospital foi sempre a piorar, até que apanhou também uma bactéria hospitalar. No dia 9 de novembro, a médica ligou-me a dizer que ele tinha que ser ligado a um ventilador.”
COMA INDUZIDO
“Colocaram-no em coma induzido durante 35 dias e não consegui mais falar com ele. O que sabia era pelos enfermeiros que me ligavam todos os dias, mas, o que diziam era muito pouco, apenas que o estado dele era muito grave. Eu estive de quarentena 10 dias com a minha fi lha e não podia ter ninguém ao meu lado. Foi nessa altura que percebi que priorizava mais o meu marido do que a Deus. Que não estava a fazer o que era certo. Nessa altura, fi z um pacto com Deus, de que não iria nunca mais pôr ninguém à Sua frente, pois tudo tinha o seu lugar.”
A FÉ
“Quando, finalmente, pude ir à Igreja, fiz um propósito pelo meu marido. Comecei a fazer a corrente da saúde, todas as terças-feiras, até que ele começou a ter pequenas melhorias. O seu estado clínico tinha muitos altos e baixos, mas sempre confiei em Deus. Fiz também um propósito de oração com duas Obreiras e sempre, às 22 horas, fazíamos uma oração em conjunto pela recuperação do meu marido e também pela transformação do seu interior. Na altura, estava a decorrer a Fogueira Santa e subi ao Altar com um só propósito: a transformação total do meu marido. No dia a seguir, ligaram-me do hospital a dizer que ele tinha piorado, mas eu sabia que era para ver se eu confiava realmente no Poder de Deus. Não foram momentos nada fáceis. Mas, com a Força de Deus e com todos os meus propósitos, consegui vencer, chegou o dia mais importante!”
PRIMEIRA VISITA
“Ligaram-me a perguntar se eu queria fazer uma visita ao meu marido, uma vez que só eram permitidas visitas a pessoas em estado muito grave ou terminal. Disse logo que sim! Quando o vi, fiquei muito chocada, pois não estava à espera de encontrar o meu marido naquele estado, ligado a um ventilador, completamente debilitado. Mas, ia com a certeza de um propósito a cumprir: passar-lhe a Fé. As enfermeiras disseram que eu podia falar com ele, que ele não reagia, mas que poderia ouvir. Assim foi, apenas lhe disse ‘confia em Deus, estou aqui fora a lutar por ti, tens que ser forte!’.”
O ACORDAR
“Desde esse dia, o meu marido começou a melhorar. Após cinco dias, ligaram-me a dizer que o iam tentar acordar, até que, finalmente, o fizeram. Ele começou a respirar, ainda com ajuda do ventilador, mas, a cada dia ia melhorando. Todas as semanas ia visitá-lo e, quando acordou, estava um pouco confuso, porque não sabia o que se tinha passado. Só se lembrava do dia em que entrou no hospital, mais nada. Disse-lhe que tinha participado na Fogueira Santa e ele disse que também queria participar, mesmo estando no hospital. Fiz a vontade dele e fui para o Altar com todas as minhas forças. Quando desci, passado três dias, o meu marido teve alta dos cuidados intensivos para os cuida-dos intermédios e, ao fi m de quatro dias, teve alta hospitalar.”
RECUPERAÇÃO TOTAL
“Veio ainda muito debilitado, tan-to que começou a fazer fisioterapia de cadeira de rodas, porém, toda a recuperação dele foi muito boa e rápida. Ao fi m de uma semana, já andava sem a ajuda da cadeira de rodas. Teve que fi car em casa um período resguardado por ordem médica. Mas, assim que foi permitido, foi à Igreja, à frente do Altar agradecer a Deus e hoje está, total-mente, recuperado.
Hoje, o meu marido é um homem completamente diferente, mais calmo e mais compreensivo. Para meu marido, o mais importante na vida não são os bens materiais, mas sim a Salvação.”